domingo, 14 de junho de 2009

personagens (caracterização)

* Helena - Era uma moça de desceis a dezessete anos, delgada sem magreza, estatura um pouco acima de mediana, talhe elegante e atitudes modestas. A face: um moreno - pêssego, tinha a mesma imperceptível penugem da fruta de que tirava a cor; naquela ocasião tingiam – ra. um longe cor de rosa, a principio mais rubros, natural efeito do abalo. As linhas puras e severas do rosto pareciam que as traçara a arte religiosa. Se os cabelos, castanhos como os olhos, em vez de dispostos em duas grossas tranças lhe caíssem espalhadamente sobre os ombros, e se o próprio olho alçasse pupilos ao céu. Não exigiriam a arte maior correção e harmonia de feições, e a sociedade bem podia contentar-se com o polide3 de maneiras e a gravidade do aspecto.

* Dr. Camargo – era pouco simpático a primeira vista. Tinha as feições duras e frias, os olhos perscrutadores e sagazes, de uma sagacidade incômada para quem encaravam com eles, o que o não fazia atraente. Falava pouco e seco. Seus sentimentos não vinham a flor do rosto. Tinha todos os visíveis sinais de um grande egoísta; contudo, posto que a morte do conselheiro não lhe arranque se uma lagrima ou uma palavra de tristeza, e certo que a sentir deveras. Alem disso, uma criatura linda, - a linda Eugenia, como seus olhos; mais amável - a de um amor calado e recondido. Era difícil saber se Camargo professava algumas opiniões políticas ou nutria sentimentos religiosos das primeiras, se as tinham, nunca deu manifestações pratica; e no meio das lutas de que foram cheio o decênio anterior conservaram-se indiferente e neutra. Quanto aos sentimentos religiosos, aferi-los pelas ações, ninguém os possuía mais puros. Era pontual no cumprimento dos deveres de bom católico. Mais só pontual; interiormente era incrédulo.

* D.Úrsula - contava esta cinqüenta e poucos anos; era solteira; vivia sempre com o irmão, cujo caso dirigia desde o falecimento da cunhada, D. Úrsula completamente severa com os costumes.

* Dr. Estácio - Tinha vinte e sete anos, e era formado em matemática.

* Eugenia - era de pequena estrutura; tinha os cabelos castanhos escuro, e os olhos grandes e azuis, dois pedacinhos do céu, em um rosto alvo e corado; o corpo, levemente refeito, era naturalmente elegante; mas se a dona sabia vestir-se com luxo, e ate com arte, não possuía o dom de alcançar os máximos efeitos com os meios mais simples.

* Padre Melchior – O padre amava contemplar os grandes espíritos do passado, quando não encarava os mistérios do futuro. Naquele corpo mediano havia uma águia cativa. Melchior olvidava o tempo e eliminava o espaço, vivendo a vida retrospectiva ou profética, doce e misteriosa volúpia das almas solitárias. Melchior era um solitário; sem embargo das relações sociais, que ele cultivava, amava, sobretudo estar separado dos homens. Nessas horas, que eram a maior parte do tempo, lia ou meditava esquecido ou estranho a todas as coisas do seu século.

* Salvador - Pai de Helena.

5 comentários:

  1. Muito útil para meu trabalho, parabéns=]

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  2. e os outros????????????????????????

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    1. Salvador: Era um homem de trinta e seis trinta a trinta oito anos, forte de membros, alto e bem proporcionado. Uma cabeleira espessa e comprida, de um castanho escuro, descia-lhe da cabeça até quase tocar os ombros. Os olhos eram grandes, e geralmente quietos, mas riam. Quando sorriam os lábios, animando-se então de um brilho intenso, ainda que passageiro. Havia naquela cabeça,- salvo as suíças- certo ar de italiano. O pescoço, cheio e forte, surgia dentre dois ombros largos, e, pela aberturada camisa, que um lenço atava frouxamente na raiz do colo, podia ver-lhe a alva cor e a rija musculatura. Vestia pobre, mas limpamente, um rodaque branco, calça de ganga e colete de brim pardo. O vestuário, disparatado e mesquinho, não diminuía a beleza máscula da pessoa; acusava somente a penúria dos meios (ele era o verdadeiro pai de Helena).
      Luís Mendonça: Ele era da mesma estatura de Estácio, um pouco mais cheio, ombros largos, fisionomia risonha e franca, natureza móbil e expansiva. Vestia com o apuro, como verdadeiro parisiense que era, arrancando de fresco ao grand boulevard, ao café Tortoni e ás récitas do Vaudeville. A mão larga e forte calçava fina luva cor de palha, e sobre o cabelo, penteado a capricho, pousava um chapéu de fábrica recente.

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  3. o pai de helena era o conselheiro vale 3:)

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    1. Não, ele meio que adotou ela. O verdadeiro pai de helena aparece no final, que no caso é o Salvador. Leia o livro ;)

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