domingo, 14 de junho de 2009

O Romantismo

O Romantismo

Foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.
Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objectivo.


Origens

"A Revolução Belga", de Wappers.O Romantismo surgiu na Europa numa época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam os sistemas de governo despóticos e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo econômico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.
No Brasil, o romantismo coincidiu com a independência política em 1822, com o Segundo reinado, com a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.
Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.

O Surgimento do Romantismo
O Romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria a Alemanha e na Inglaterra. Na Alemanha, o Romantismo, teria, inclusive, fundamental importância na unificação germânica com o movimento Sturm und Drang.
O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.

Características do Romantismo
As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Também se destacam o nacionalismo, a idealização do mundo e da mulher, assim como a fuga da realidade e o escapismo. Eventualmente também serão notados o pessimismo e certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo.

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis (1839 - 1908), escritor carioca, brasileiro. Considerado o pai do realismo no Brasil, escreveu Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba e vários livros de contos, entre eles, Papéis Avulsos, no qual se encontra o conto O Alienista, no qual discute a loucura. Também escreveu poesia e foi um ativo crítico literário, além de ser um dos criadores da crônica no país.

personagens (caracterização)

* Helena - Era uma moça de desceis a dezessete anos, delgada sem magreza, estatura um pouco acima de mediana, talhe elegante e atitudes modestas. A face: um moreno - pêssego, tinha a mesma imperceptível penugem da fruta de que tirava a cor; naquela ocasião tingiam – ra. um longe cor de rosa, a principio mais rubros, natural efeito do abalo. As linhas puras e severas do rosto pareciam que as traçara a arte religiosa. Se os cabelos, castanhos como os olhos, em vez de dispostos em duas grossas tranças lhe caíssem espalhadamente sobre os ombros, e se o próprio olho alçasse pupilos ao céu. Não exigiriam a arte maior correção e harmonia de feições, e a sociedade bem podia contentar-se com o polide3 de maneiras e a gravidade do aspecto.

* Dr. Camargo – era pouco simpático a primeira vista. Tinha as feições duras e frias, os olhos perscrutadores e sagazes, de uma sagacidade incômada para quem encaravam com eles, o que o não fazia atraente. Falava pouco e seco. Seus sentimentos não vinham a flor do rosto. Tinha todos os visíveis sinais de um grande egoísta; contudo, posto que a morte do conselheiro não lhe arranque se uma lagrima ou uma palavra de tristeza, e certo que a sentir deveras. Alem disso, uma criatura linda, - a linda Eugenia, como seus olhos; mais amável - a de um amor calado e recondido. Era difícil saber se Camargo professava algumas opiniões políticas ou nutria sentimentos religiosos das primeiras, se as tinham, nunca deu manifestações pratica; e no meio das lutas de que foram cheio o decênio anterior conservaram-se indiferente e neutra. Quanto aos sentimentos religiosos, aferi-los pelas ações, ninguém os possuía mais puros. Era pontual no cumprimento dos deveres de bom católico. Mais só pontual; interiormente era incrédulo.

* D.Úrsula - contava esta cinqüenta e poucos anos; era solteira; vivia sempre com o irmão, cujo caso dirigia desde o falecimento da cunhada, D. Úrsula completamente severa com os costumes.

* Dr. Estácio - Tinha vinte e sete anos, e era formado em matemática.

* Eugenia - era de pequena estrutura; tinha os cabelos castanhos escuro, e os olhos grandes e azuis, dois pedacinhos do céu, em um rosto alvo e corado; o corpo, levemente refeito, era naturalmente elegante; mas se a dona sabia vestir-se com luxo, e ate com arte, não possuía o dom de alcançar os máximos efeitos com os meios mais simples.

* Padre Melchior – O padre amava contemplar os grandes espíritos do passado, quando não encarava os mistérios do futuro. Naquele corpo mediano havia uma águia cativa. Melchior olvidava o tempo e eliminava o espaço, vivendo a vida retrospectiva ou profética, doce e misteriosa volúpia das almas solitárias. Melchior era um solitário; sem embargo das relações sociais, que ele cultivava, amava, sobretudo estar separado dos homens. Nessas horas, que eram a maior parte do tempo, lia ou meditava esquecido ou estranho a todas as coisas do seu século.

* Salvador - Pai de Helena.

RESUMO (enredo)

Conselheiro vale era um homem rico, e tinha um caso amoroso com Ângela, uma mulher que havia migrado do RS, ela tinha uma filha, Helena. Conselheiro vale morre, e em seu testamento ele alegava que Helena era sua filha e que ela devia tomar seu lugar na família, todos acreditam nisso, porém Helena sabe que não é verdadeiramente sua filha, mas na sua ânsia de ascender socialmente acaba aceitando isso.

Á princípio, D.Úrsula reage com certo preconceito á chegada de Helena, mas no decorrer da narrativa ela vai ganhando o amor de D. Úrsula, Estácio, porém, era um bom filho, e faz a vontade do pai sem indagar nada. Dr. Camargo acha aquilo um absurdo, pois ele queria casar sua filha, Eugênia, com Estácio para que eles se tornassem rico ás custa do dinheiro de Estácio, e mais um familiar só iria diminuir a partir da herança de Estácio.

Helena toma seu lugar na família como uma mulher de fibra, uma verdadeira dona de casa, cuida muito bem de sua nova família, dirige a casa melhor do que D. Úrsula o fazia, e impressiona não só a família como toda a sociedade em geral, porque além de ser uma mulher equilibrada como poucas que existiam, era linda, sensível e rica.

Ao decorrer da narrativa, Helena vai impressionando mais e mais Estácio, e nisso acaba se apaixonando por ela, e ela por ele. De um lado Estácio, se martirizando por se apaixonar por sua suposta irmã, o que era um pecado, e do outra Helena, também apaixonada por Estácio, esta sabia de toda verdade, mas não podia jogar tudo para o alto e ficar com ele, porém, pressionada por Camargo que ameaçava tornar público seus misteriosos passeios matutinos, se ela não empurrar Estácio na direção do enlace com Eugênia. Neste ponto então surge Mendonça, que se apaixona pela heroína e então pede Eugênia em casamento também para tentar esquecer Helena. O Padre Melchior é quem induz Helena a casar-se com Mendonça, cujo cerco à moça era evidente a todos.

A família possuía uma chácara, e perto dessa chácara tinha uma casa simples, pobre, e Helena costumava a visitar sempre essa chácara, um dia Estácio resolveu segui-la, e lá conheceu Salvador, e foi tirar satisfações sobre as visitas de Helena, salvador começou a lhe contar uma grande história, e surpreendeu Estácio ao lhe revelar que Helena era sua filha, e não de Conselheiro vale, e toda a história da vida de Helena até ali. Nesse mesmo dia Heleno após uma forte chuva fica debilitada à beira da morte, Estácio, tomado por seu forte amor vai cuidar e Helena e lhe faz essa declaração. Helena, muito doente, morre. Estácio casa-se depois com Eugênia, porém, após a nova releitura do testamento e o casamento, o fato é que os personagens não serão mais os mesmos. Estácio desacreditando do amor e Eugenia casada mais por conveniência. O falecimento de Helena reconduz a ação ao estado inicial: não apenas porque o enredo começa com uma morte, mas também porque, com o desaparecimento dela, tudo retorna à situação anterior à abertura do testamento do Conselheiro. Estácio é de novo o filho único e pode casar com a prometida de infância, Eugênia.

Aspectos Literários

Espaço (local): rio de janeiro colonial.

Tempo (época):1870.

Narrador: em 1ª pessoa

Discurso: direto e indireto.

Aspectos políticos\ sociais\ culturais

* Moda: As roupas dos personagens foram baseadas na moda dos anos de 1870. As mulheres usavam vestidos compridos e rodados, com cores claras ou muito escuras, os homens usavam calças e camisa social no geral em cores escuras.

* Culinária: A alimentação naquela época eram bem mais simples, mas se assemelha á nossa dos dias de hoje, embora não se consume tantos produtos industrializados e a alimentação era mais saudável.

* Lazer: Naquela época, ler e andar a cavalo eram coisas prazerosas e costumeiras.

* Cultura: A sociedade da época era muito rigorosa, os homens tinham como obrigação sustentar e educar a família enquanto as mulheres seguiam uma tradição de família, dirigiam a casa e eram mulheres de fibra.